Filósofo grego nascido em Atenas, foi profundo admirador de seu mestre Sócrates. Era então um jovem de ombros largos (daí o nome, pois plato = largura, seu verdadeiro nome era Aristócles), grande porte físico e vigoroso, que recebera homenagens por seus feitos atléticos.Era filho de Ariston e Perictione. Tornou-se aprendiz de Sócrates por volta dos vinte anos. Descobrira nele e sua dialética um prazer, e se tornara um amante apaixonado da sabedoria. Acompanhou de perto todos os passos do julgamento de seu mestre, e o fim trágico do mesmo marcou-o profundamente, deixando sequelas para o resto de sua vida.
Depois da morte por envenenamento de Sócrates, desiludiu-se de vez com a democracia ateniense e partiu em peregrinação pelo mundo. No trajeto de sua viagem que chega até nós, teria passado pelo Egito, onde ouviu da classe clerical que governava a terra que a Grécia era um país infante, sem tradições nem uma cultura profunda. Esparta aonde conheceu a cultura militar, aonde os meninos abandonavam seus pais para viverem uma vida dura nas montanhas, em exposição aos elementos naturais, e os governantes se misturavam com o povo, pois comiam e dormiam juntos.
Itália, onde conheceu os pitagóricos sua seita, Egito, onde ouviu da classe clerical que governava a terra que a Grécia era um país infante, sem tradições nem uma cultura profunda, e ficou chocado com isso. Peregrinou durante doze anos, quando retorno a Atenas com quarenta anos. Especula-se que teria antes disso, ido ainda até a Judéia e chegado às margens do Ganges, onde teria aprendido a meditação mística dos hindus.
Deixou escritos em forma de diálogos, feitos para o leitor comum de sua época.Ao que parece a obra chegou completa, ou quase, até nós. Isso se deve ao fato de Platão ser muito conhecido na sua época, por ter fundado em Atenas sua Academia,(assim chamda por estar no jardim do herói grego Academos) onde se ensinava Matemática, ginástica e filosofia. Ele valorizava muito a matemática, por ela nos dar a capacidade de raciocínio abstrato. Na entra da de sua academia, havia a seguinte afirmação: Não permitam a entrada de quem não saiba geometria.
Seriam trinta diálogos, dentre os quais os mais conhecidos: Apologia de Sócrates(onde torna público o discurso que Sócrates fez em seu julgamento); Hippias Maior ( o que é o belo?); Eutifron (o que é a piedade?) ; Menon ( o que é a virtude? Pode ser ensinada? São diálogos aporéticos e maiêuticos, pois as questões propostas não são resolvidas e o leitor é convidado a prosseguir a pesquisa após ter purificado seu falso saber); Teeto ( o que é a ciência?); Fédon (sobre a imortalidade da alma, faz um relato dos últimos dias de Sócrates); Crátilo (explica a relação entre as coisas e os nomes que lhes são dados, são eles inatos ou dependem da convenção?); o banquete (sobre o amor ao belo); Górgias (sobre a violência, faz a distinção entre a filosofia e a sofística) e o mais importante, A república, é um tratado completo, onde expõe um sistema de governo e modo de vida ideais, e o modo para se chegar até eles. Esse diálogos são um grande legado da filosofia e literatura, pois os elevou ao gênero literário.
Foi em suas viagens que Platão encontrou um modelo para sua República.
Um sofista havia declarado que a força é um direito, e que a justiça é o interesse do mais forte. As formas de governo fazem leis visando seus interesses, e determinam assim o que é justo, punindo como injusto aquele que transgredeir suas regras. Platão salienta que a justiça é uma relação entre indivíduos, e depende da organização social. Mais tarde fala que justiça é fazer aquilo que nos compete, de acordo com a nossa função. A justiça seria simples se os homens fossem simples.
Os homens viveriam produzindo de acordo com as suas necessidades, trabalhando muito e sendo vegetarianos, tudo sem luxo. Para implantar seu sistema de governo, Platão imagina que deve-se começar da estaca zero. O primeiro passo seria tirar os filhos das suas mães. O fato é que ele repudiava o modo de vida com a promiscuidade social, ganância, a mente que a riqueza, o luxo e os excessos moldam, típicos dos homens ricos de Atenas. Nunca se contentavam com o que tinham, e desejavam as coisas dos terceiros. Assim resultava a invasão de um grupo para o outro e vinha a guerra.
Platão achava um absurdo que homens com mais votos pudessem assumir cargos da mais alta importância, pois nem sempre o mais votado é o melhor preparado. Era preciso criar um método para impedir que a corrupção e a incompetência tomassem conta do poder públic. Mas atrás desses probelemas estava a psyche humana, como havia identifucado Sócrates.
Para Platão o conhecimento humano vêm de tres fontes principais: o desejo, a emoção, e o conhecimento, que fluem do baixo ventre, coração e cabeça, respectivamente. Essas fontes seriam forças presentes em diferentes graus de distribuição nos indivíduos. Elas se dosariam umas às outras, e num homem apto a governar ,estariam em equílibrio. Para isso, é preciso uma longa preparação e muita sabedoria. O mais indicado, para Platão, é o filósofo: "enquanto os filósofos deste mundo não tiverem o espírito e o poder da filosofia, a sabedoria e a liderança não se encontrarão no mesmo homem, e as cidades sofrerão os males".
Para começar essa sociedade ideal, deve-se
tirar os filhos dos pais, para protege-los dos maus hábitos.
Nos primeiros dez anos, a educação será predominantemente
física. A medicina serve só para os doentes sedentários
das cidades. Não se deve viver para
a doença. Para contrabalancear com as atividades físicas,
a música. A música aperfeiçoa o espírit, cria
um requinte de sentimento e molda o caráter, também
restaura a saúde.
Para Platão, a inspiração e a intuição verdadeira não se conseguem quando se está consciente, com a razão. O poder do intelecto está reprimido no sono ou na atenção que aflora com a doença. Ele então critica o controle da lei e da razão à certos instintos que ele chama de ilegais. Depois dos dezesseis anos, e de misturar a música para lições musicais com a música pura, essas práticas são abandonadas. Assim os membros dessa comunidade teriam uma base psicológica e fisiológica.
A base moral será dada pela crença
em Deus. O que torna a nação forte seria Ele, pois ele pode
dar conforto aos corações aflitos, coragem às
almas e incitar e obrigar. Platão admite que a crença
em Deus não pode ser demontrada, nem sua existência,
mas fala que ela não faz mal, só bem. Perguntando sobre atividade
de Deus,
falou : "ele eternamente geometriza".
Aos vinte anos, chegará a hora da Grande Eliminação, um teste prático e teórico, Começa a divisão por classes da República. Os que não passarem serão designados para o trabalho econômico. Depois de mais dez anos de educação e treinamento, outro teste. Os que passarem aprenderão o deleite da filosofia. Assim se dedicarão ao estudo da doutrina e do mundo das Idéias. O mundo das Idéias seria um mundo transcedente, de existência autonôma, que está por tras do mundo sensível. As Idéias são formas puras, modelos perfeitos eternos e imutáveis, paradigmas.
O que pertence ao mundo dos sentidos se corrói e se desintegra com a ação do tempo. Mas tudo o que percebemos, todos os itens são formados a partir das Idéias, constituindo cópias imperfeitas desses modelos espirituais. Só podemos atingir a realidade das Idéias, na medida em que pelo processo dialético, nossa mente se afsta do mundo concreto, atravessando com a alma sucessivos graus de abstração, usando sistematicamente o discurso para se chegar à essência do mundo. A dialética é um instrumento de busca da verdade.
Platão acreditava numa alma imortal, que já existia no mundo das Idéias antes de habitar nosso corpo. Assim que passa a habita-lo esquece das Idéias perfeitas. Então o mundo se apresenta a partire de uma vaga lembrança. A alma quer voltar para o mundo das Idéias. Um dos primeiros críticos de toda essa teoria de Platão foi um de seus alunos da Academia, Aristóteles.
Igualmente conhecida na República é a alegoria da caverna, que ilustra como percebemos apenas parte do mundo, reduzindo-o.
Um grupo de pessoas vive acorrentada numa caverna desde que nasceu, de costas para a entrada. Elas vêem refletida na parede da caverna as sombras do mundo real, pois há uma fogueira queimando além de um muro, depois da entrada. Elas acham que as sombras são tudo o que existe. Um dos habitantes se livra das amarras. Fora da caverna, primeiro ele se acostuma com a luz, depois vê a beleza e a vastidão do mundo, com suas cores e contornos. Ao voltar para a caverna para libertar seus companheiros, acaba sendo assassinado, pois não acreditam nele.
Depois de estudas a filosofia, aqueles que
forem considerados aptos irão testar seus conhecimentos no
mundo real, onde experimentarão os sissabores da vida, ganhando
comida conforma o trabalho, experimentando a crua realidade.
Aos cinquenta anos, os que sobreviveram tornarão-se
os governantes do Estado.
Todos terão oportunidades iguais, mas na eliminação serão designados para classes diferentes. Os filósofos-reis não terão nenhum privilégio, tendo só os bens necessários, serão vegetarianos e dormirão no mesmo lugar. A procriação será para fins eugêmicos, o sexo não será apenas por prazer. Haverá defensores contra inimigos externos, os guardiões, homens fortes, dedicados à comunidade.
Não haverá diferença de oportunidade entre o sexo, sendo cada um designado a fazer uma tarefa de acordo com a sua capacidade. Platão fala da renuncia do indíviduo em prol da comunidade, imponmdo inúmeras condições para a vida. Ele atenta para um problema muito preocupante em nossos dias: a superpolução. Os homens só poderiam se reproduzir entre trinta-quarenta e cinco anos, e as mulheres entre vinte-quarenta anos.
Assim, resumidamente seria o Estado ideal, utópico e justo. O próprio Platão fala de dificuldade em se fazem um emprendimento dessa natureza. Um rei ofereceu à el terras para fazer sua República, ele aceitou, mas o rei ficou sabendo que quem iria governar eram os filósofos e mudou de idéia. Platão morreu em uma festa, onde se afstou num canto e dormiu, Quando foram acorda-lo de manhã, já estava morto. Uma multidão acompanho-o até o túmulo.