Nasceu em Éfeso, cidade da jônia, descendente do fundador da cidade. É considerado o mais importante dos pré-socréticos. É dele a frase de que tudo flui. Não entramos no mesmo rio duas vezes e o sol é novo a cada dia. É o filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve, e todo o juízo seria falso, ultrapassado. Desprezava a plebe, não participou da política e desprezou a religião, os antigos poetas e os filósofos de seu tempo. É o primeiro pré-socrático com um número razoável de pensamento, que são um tanto confusos, e por isso tem o nome de Heráclito, o obscuro. São aforismos. Foi muito crítico. Chama a atenção, além da pluraridade, para os opostos. Tanto o bem como o mal são necessários ao todo. Deus se manifesta na natureza, abrange o todo e é crivado de opostos. O logos é o princípio cósmico, elemento primordial, e a razão do real, a inteligência. A verdade se encontra no devir, não no ser. Com sentidos poderosos, poderíamos vê-lo. O pensamento humano participa e é parte do pensamento universal. O fogo é eterno, um dia tudo se tornára fogo. O sol seria da largura de um pé humano. A felicidade não está nos prazeres do corpo. A morte é tudo que vemos despertos, e tudo o que vemos dormindo é sono. Existe a harmonia visível e a invisível. A alma não tem limites, pois seu logos é profundo e aumenta gradativamente. O pensar é comum a todos. A terra cria tudo, e tudo volta para ela.
Hegel identifica em Heráclito a dialética,
: Heráclito concebe o absoluto como
processo, com a dialética, exterior, um raciocinar de cá
para lá e não a alma da coisa da coisa dissolvendo-se
a si mesma, a dialética imanente do objeto,
situando-se na contemplação
do sujeito, objetividade de Heráclito, compreendendo
a dialética como princípio. O ser não é mais
que o não ser. O fogo condensa-se, e apagado vira água.
Encontramos em Heráclito algo comum
entre os sábios: o desprezo pelo populacho,
(como era comum Nietzsche dizer) e instituições dominantes.
Teria sua experiência lhe dado base para isso? Ele pode ter contemplado
com os seus próprios olhos o devir, movimento inteligente
do universo e maravilhoso. Encontrou fogo na alma
humana, comparou-a com uma chama que se apaga na
morte. Identificou o infinito na natureza, não apenas o
matemático, mas o que constitui a essência das coisas. Pois
todas as coisas têm uma essência, e o fluxo da alma é
tão fundo que não tem fim.